Rafael Benítez, treinador do Liverpool FC

TÉCNICO RAFAEL BENITEZ : - “Nós não temos um sistema de jogo!"
Em apenas três anos no Mestalla, Benítez conseguiu romper a hegemonia de Real Madrid e Barcelona, abocanhando dois títulos da Liga e uma Copa da Uefa (hoje Liga Europa), segunda competição mais importante do continente.

Nascido em Madri, em abril de 1960, deu seus primeiros passos como treinador nas ligas inferiores espanholas, com equipes de base do Real Madrid. Mas nunca chegou a desfrutar de um período de trabalho junto ao grupo principal.

Como é que seguiu encantando e chamando a atenção da esfera futebolística? Simples: tornou-se o primeiro espanhol a dirigir o Liverpool na Premier League e, obviamente, no prazo de um ano, conquistou a Liga dos Campeões.

A vitória dramática sobre o Milan em Istambul foi seguida, três meses depois, da Super Taça Europeia – confronto único entre os dois principais vencedores do Velho Continente.

"É preciso ter uma boa comissão técnica, as pessoas certas nos lugares certos para trabalharem naquilo que elas são boas, e elas precisam querer trabalhar duro"

Na composição de 20 outros profissionais voltados às mais diversas esferas de treinamento, incluindo-se olhares específicos às equipes reservas, destaque para o assistente técnico Sammy Lee, para o treinador auxiliar, Maurício Pellegrino, e para o treinador de goleiros principal, Xavi Valero.

“Essa é a base do sucesso de todo técnico”, afirmou Benítez, citando sua interação com diversos outros treinadores que atuam na primeira divisão inglesa e observam o jogo dessa mesma maneira.

Na avaliação de Rafa, entretanto, muitas situações podem e devem ser treinadas – e são nesses pontos em que as diferenças se farão presentes e o contato peculiar com cada assistente se mostrará efetivo.

“Um técnico irá, por exemplo, prestar mais atenção aos aspectos técnicos, quando outro treinador gastaria mais tempo com a parte tática”, argumentou Benítez, explicitando a maneira que considera ideal para se atuar.

“As pessoas parecem comentar muito sobre bolas longas e passes curtos. Se você perceber, a maioria das discussões leva a crer que você tem que escolher entre uma dessas duas opções. Mas, para mim, é uma mistura das duas coisas”, pontuou.

"Você tem que controlar ambas as maneiras de jogar. Desafortunadamente, não muitos treinadores costumam fazer dessa maneira. As bolas longas são a maneira mais rápida de você chegar próximo ao gol do seu oponente. Então, é essencial que você domine isso. Mas você não utiliza só os passes longos para jogar da defesa para o ataque”, complementou Benítez.

Geralmente, o espanhol utiliza-se de uma plataforma 4-4-2, com duas “linhas de 4” marcando por zona, com alternância para o 4-4-1-1 em momentos específicos. Na saída de bola, o comportamento é padronizado, com os meio-campistas recuperadores, Mascherano e Gerrard, responsáveis por rodar a bola no campo defensivo, buscando espaços para que ela saia com qualidade.

Atento ao trabalho técnico, o treinador espanhol tem em seu compatriota Reina, goleiro titular, e no volante argentino Mascherano, duas referências ao grupo

O importante para os jogadores, na avaliação dele, é a compreensão do que fazer contra diferentes formações rivais e diante de uma cultura particular.

“Todo oponente tem uma aproximação diferente. Portanto, os nossos jogadores têm de estar aptos a jogar em sistemas diferentes também”, ratificou o manager, elencando, em termos práticos, a execução.

“Nós os ensinamos como dominar o sistema. Mas eu ensino muito sobre os sistemas perguntando, questionando os jogadores. ‘O que nós podemos fazer nessa situação?’ De olho no lance, como em uma sala de aula. ‘Como nós solucionamos isso?’ Como nós podemos fazê-los pensar?’”, disse Benítez.

“Especialmente depois de dois ou três anos treinando com jovens, você aprende que você deve desenvolvê-los”, finalizou, expondo a confiança em seus comandados e o entendimento de que aquele profissional que está em campo tem um repertório capaz de solucionar os problemas reais.

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